Anorexia e Bulimia: sintomas, causas e tratamentos para estes transtornos alimentares.
A
endocrinologista do Centro Clínico da PUCRS, Patrícia Santafé, explica que a
anorexia ocorre mais frequentemente em adolescentes e jovens que estão em fase
de busca de sua personalidade. “Geralmente, neste período, o adolescente tem
dificuldade em definir o corpo. Este distúrbio ocasiona um medo incontrolável
de engordar. As meninas deixam de comer mesmo estando magras”, diz. O quadro
consiste na perda voluntária de peso. Pessoas com anorexia nervosa sempre
possuem o peso abaixo do normal e recusam-se a se alimentar de forma correta,
negando os riscos que correm na ausência de uma alimentação saudável. Para
avaliar esta perda exagerada de peso, usa-se o cálculo do IMC (índice de massa
corpórea, que é igual ao peso dividido pela altura ao quadrado). Por exemplo,
uma mulher normal o índice varia de 18 a 25, já no anoréxico o número pode ser
abaixo de 17, ou seja, é gravíssimo. “A palavra que define a anorexia é medo.
Medo de engordar ou de ficar igual a alguém da família que tenha sobrepeso
leve. E até mesmo para se inserir em um grupo de amigos, que não aceitam a
'gordura' ”, lembra. A médica explica que o tratamento para o distúrbio não é
fácil, mas pode dar resultado: “não existe um tratamento objetivo. Não há
medicações específicas para curar a anorexia e, sim, um tratamento
multidisciplinar, que abrange psicólogos, endocrinologistas e nutricionistas”,
explica. Em alguns casos, a psicoterapia pode ajudar a melhorar a visão que se
tem do seu próprio corpo, “mas é um transtorno que exige paciência, cautela e perseverança,
já que na cabeça do anoréxico, é certo não comer”. A anorexia pode causar vários
problemas de saúde como:
· Palidez;
· Pele seca
e amarelada;
·
Desnutrição;
· Tonturas;
· Alterações
hormonais;
· Perda do
apetite sexual;
· Queda de
cabelo;
· Maior
chance de ter infecções devido a falta de nutrientes no organismo;
· Alteração
na memória;
·
Amolecimento dos dentes;
·
Infertilidade.
É bom lembrar que a reintrodução dos alimentos
na dieta dos anoréxicos deve ser gradativa, principalmente pelo fato do
equilíbrio calórico da nova dieta. Aconselha-se, às vezes, que seja feita a
internação hospitalar, para que a ingestão das calorias seja acompanhada por um
nutricionista.
Bulimia:
Neste caso, não é a magreza excessiva que chama atenção,
muitas vezes é exatamente o contrário. “Alguns bulímicos comem grandes
quantidades de calorias. Uma pessoa normal, por exemplo, come, em média, 2 mil
calorias durante o dia, já um bulímico, pode, aproximadamente, comer até 4 mil
calorias em uma única refeição, o que é muito”, explica Patrícia. Quem sofre
com este problema, ingere uma quantidade exagerada de comida e, logo em
seguida, vomita o que comeu. Devido ao grande volume alimentar, a pessoa não conseguem
eliminar 100%, não ocorrendo necessariamente perda ou ganho de peso” diz. E
isso pode acontecer por vários fatores como explica a endocrinologista: “Às
vezes acontecem alguns fatos na vida desta pessoa e ela acaba descontando na
comida aquele problema que deixou ela em desequilíbrio, em depressão e
ansiosa”, explica. Se a palavra que define a anorexia é medo de comer, no caso
da bulimia, é compulsão alimentar seguida de culpa. Culpa por comer demais e
por engordar. “Mas as meninas bulímicas muitas vezes tem um peso normal ou
estão com sobrepeso”. O uso indiscriminado de laxantes e diuréticos, o não
tratamento de distúrbios depressivos, de ansiedade, vômitos auto induzidos e,
em alguns casos, automutilação são alguns dos sintomas da doença. A especialista
afirma que o tratamento para a bulimia é mais fácil do que a anorexia.
“Geralmente é feito com terapias e uso de medicamentos como ansiolíticos,
antidepressivos e remédios para evitar esta compulsão alimentar”, diz.
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